Diretor e roteirista, Henrique Tavares em entrevista com o JT

Por Rubens Barizon

O diretor da peça “Obsessão”, Henrique Tavares fala sobre a vida no teatro, contando ao JT sua trajetória com as artes cênicas e engrandecendo a homenagem ao dia internacional do teatro desta edição.
 

Henrique Tavares tem formação da Cal e UniRio; e logo assim que se formou, o diretor começou a produzir os próprios espetáculos, não ficou em casa esperando um convite, o que é um erro de de quem está iniciando sua carreira com arte cênica. Conforme a percepção de Henrique “é importante abrir a própria lojinha, montar a sua lona e botar o circo para funcionar”. 

No início da carreira, Henrique começou produzir e dirigir, escrever foi uma consequência natural de ter alguma coisa para dizer como artista com senso crítico, um cidadão que tem uma opinião e vontade de se comunicar. Quando eu iniciei a carreira o teatro infantil era o trampolim, era o primeiro degrau nessa longa carreira. Existiam várias empresas que patrocinavam o teatro infantil, como o prêmio Coca-Cola, a imprensa também tinha um espaço de crítica, matérias e lançamentos importante para o mercado infantil. Então comecei a desenvolver um teatro específico infantil, infanto-juvenil como “De Como Quase Tudo Deu Errado” e “Que Não Está No Gibi”, espetáculos bem sucedidos. Só que todo esse incentivo e espaço na mídia, da noite para o dia isso acabou. O prêmio jovem Coca-Cola de teatro, a gente tinha outros prêmios voltados a essa fatia de entretenimento que era o Mambembe que também acabou. As editorias dos jornais decidiram não dar mais espaço às peças infantis e eu migrei para o teatro adulto. 

Já para o teatro adulto, Henrique fez um espetáculo que realmente abriu as portas, o “Barbara Não Lhe Adora”. “Uma sátira ao meio artístico, a imprensa. Uma comédia que foi feita por sete anos e que rodou o Brasil inteiro e tornando o nosso trabalho reconhecido e mais valorizado”. O teatro funciona como um momento para diagnosticar e apontar soluções para a sociedade. 

Gostaria de deixar para o dia do teatro, “uma homenagem à classe artística brasileira, em especial para a dramaturgia carioca, que vem fazendo um trabalho de muita diversidade e riqueza”.

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