Espaço Clariô de Teatro sofre com as chuvas de São Paulo

E as fortes chuvas da capital paulista fizeram mais uma vítima. Desta vez, um dos grupos teatrais mais importantes do estado de São Paulo. O Espaço Clariô de Teatro e Cultura teve suas dependências devastadas devido a enchente que aconteceu no último dia 26 de outubro. Cenários, equipamentos e roupas... foram levados pela água, representado um prejuízo quase irreparável.

A premissa de que algo poderia acontecer já havia sido alertado pelo grupo. Com uma peça a mais de um ano e meio em cartaz,e, sabendo que uma tempestade poderia acabar com o espaço, a companhia já tinha manisfestado sua preocupação para o poder público. Porém, nenhuma medida foi tomada.

Confira o depoimento postado no blog do grupo – www.espacoclario.blogspot.com

ENCHENTE!! Clariô escureceu e Santa Luzia chorou!

Hoje a Rua Santa Luzia amanheceu mais triste !
Mais uma vez, depois de tantas e tantas promessas de não mais haver, a água transbordou imunda e a enchente arrastou a vida das pessoas de nossa rua.
O Clariô também foi atingido, perdemos muita coisa de muita história, mas nada se compara a imagem de nossa comunidade, quase que inteira, ao léo , sem ter o que fazer mediante o estrago catastrófico que foi essa enchente em Taboão.
Perderam tudo!
Tudo mesmo: móveis, eletrodomésticos, comida, roupas, utensílhos, tudo!

Tudo no meio da rua amontoado, inundado de lama!

Algumas pessoas quase perdem suas vidas, dentro daquele mar podre de quase dois metros de altura, na tentativa de salvar alguma coisa, as crianças..
Outras perderam o lar, como foi o caso da D. Paula que teve uma parede de sua casa derrubada pela água, e corre o risco de tudo desabar!

E os pipas passam..
Os caminhões pipas lavam tudo, tratores levam tudo, retiram a lama das ruas, homens higienizam a cidade por toda a madrugada.
E amanhece e ninguém vê mais nada!
Não sobram vestígios visíveis para quem passa.
Mas os moradores dormiram nus em camas molhadas e terão, mais uma vez, de reconstruir sozinhos suas vidas, esperando que o lamaçal que existe em nosso governo diminua e a água podre um dia deixe de passar por lá!

O nosso prefeito, Dr. Evilásio Farias, de um partido que deveria ser um Partido Social Brasileiro, cobrou impostos de todos os moradores este ano, pois com o piscinão, nunca mais haveriam enchentes e as pessoas deveria contribuir mais por esse bom resultado!
As pessoas pagaram!
Depositaram o dinheiro, a confiança e a esperança de poder viver sem essa tragédia mais uma vez em suas vidas.
Nós pagamos!
E agora?

Uma das maiores questões que levantamos em nosso espetáculo é a questão da enchente. Fazemos essa provocação há mais ou menos dois anos, incansáveis, por sabermos o que aquelas pessoas passam. O que nós passamos.
E agora Dr. Evilásio?
Nós vamos continuar falando..
E vocês governantes?
Vão continuar ignorando? mentindo? Escondendo a sujeira pra debaixo do tapete?
Quando pretendem jogar cloro nessa piscina e atuar às claras com a população?
QUANDO???


ENCHENTE
(musica cantada no espetáculo Hospital da Gente)

Encheu, encheu!
Corre com a cadeira,
Bota a mesa na cabeça
Não esquece da penteadeira
Do armário e do fogão!

Encheu, encheu!
Pega o meu colchão
Que aquele da prefeitura
é mais duro que rapadura
Ninguém merece não!
Ih! Já foi o meu sofá
E nem paguei a prestação!

Encheu, encheu!
Olha o meu menino
Tá nadando no esgoto
O bicho parece doido
Tem miolo, mas não cresce!

Mas como diria o outro;
No mundo maravilhoso
Cada um com seu esforço
Tem a praia que merece!

Ai, ai, ai ninguém se mexe
Ai, ai, ai ninguém merece!

E a água desceu,
Mas a lama ficou!
Ai meu Deus, Ai meu Deus
Olha o estrago que sobrou!

Mas agente lavou
E queimou o que perdeu
E o governo, o governo
Deu cobertor e esqueceu

Mas o dia amanheceu e de novo aconteceu
Mas o dia amanheceu e de novo aconteceu
Mas o dia amanheceu e de novo aconteceu

Mas um dia aconteceu...
E o menino adoeceu...
E o dia não amanheceu.

(Grupo Clariô de Teatro cheio de indgnação e RE-VOLTA!!!)

 

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