Agentes de ator se tornam fundamentais

Para ser ator não basta só ter talento. A profissão há tempos exige não somente os requisitos de formação cênica, envolvendo muita burocracia através de contratos, testes e indicações de conhecidos, tornando essenciais os famosos "contatos". Para facilitar esses caminhos e deixar que o artista preocupe-se principalmente com sua arte, existe o agente de ator.
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O agente Marcos Montenegro com os atores Irene Ravache e Cacau Hygino

O agente é a figura que faz a intermediação entre diretores de elenco e atores, conduz a carreira do artista marcando testes, enviando material e promovendo seu casting. Para isso, é consenso no mercado que esse profissional precisa ter amplo conhecimento cultural e não precisa ser artista para isso. "É muita responsabilidade ter a carreira de alguém nas mãos, o agente tem que ter uma visão de business, uma cabeça diferente da do artista, agendar os trabalhos certos para poder fazer seu trabalho bem feito", afirma o gestor cultural do grupo TMB, Oliver Callegali.

"Hoje o agente é um profissional necessário", afirma Marcos Montenegro, da agência Montenegro e Raman,  que tem um casting de 180 artistas e recebe cerca de 10.000 propostas de artistas que querem ser agenciados por mês. Grandes agências como essas tem um amplo portfólio não só de atores, mas de cantores, atletas e até mesmo jornalistas, provando o valor desse profissional em diversos âmbitos da mídia. "Para ser um bom agente, ter os contatos certos é decisivo, saber fazer abordagens na hora certa, sem ser inconveniente", explica Marcos.

Apesar da relevância do agente na carreira do ator, o mercado não está em ampla expansão. "A demanda por agenciamento é muito grande, o mercado então cresce, evidentemente, mas não muito", diz Oliver. Para Montenegro isso acontece porque "o mercado já não é grande de maneira geral".

Mas como o ator pode saber se seu agente está fazendo o trabalho certo? Primeiro, é importante identificar o foco do agente, se ele trabalha com o tipo de área que o ator deseja. Depois, analisar quem são as pessoas que trabalham com ele, se há uma identificação com seus trabalhos passados. Cobrar o agente de forma excessiva, exigindo trabalhos, nunca é a opção certa. "O ator que começa a pentelhar o agente pode ser queimado no mercado, que é uma área pequena, onde todos se conhecem", aconselha Oliver Callegali.

É fundamental construir uma relação de confiança com quem vai gerenciar sua carreira. "A relação entre ator e agente é como um casamento sem sexo. O profissionalismo é fundamental, tratar com seriedade, mas depois de um tempo você se torna amigo, é como uma família", explica Montenegro. O contato familiar não quer dizer que um parente possa substituir a função de um agente. "Acho complicada a relação quando o agente é um familiar. Ás vezes falta o limite que é necessário, pois o agente deve ser um termômetro da carreira do artista" completa o agente.

Entre atores de teatro, televisão e cinema, para o gestor Callegali a função do agente é mais ou menos relevante. "Em teatro é menos válido, porque o artista precisa passar pelo casting, não tem errou/voltou, portanto fica mais difícil o artista conseguir o trabalho apenas porque foi indicado", afirma. Mas essa opinião pode divergir. "Um agente é fundamental para qualquer ator hoje em dia", segundo Montenegro.

O que de fato varia é a porcentagem do agente nos contratos para as diferentes áreas. "Existem números padrão para contratos publicitários, de teatro, televisão ou cinema. Mas isso pode variar de agente para agente e contrato para contrato", finaliza um dos donos da Montenegro e Raman.

Serviço:
Montenegro e Raman
www.montenegroeraman.com.br

Grupo TMB
Telefone: (11) 3656 7672
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